Normas têm como objetivo a padronização de conhecimentos e condutas
Assim como existem regras relacionadas à manobra, sinalização, velocidade, direção e preferência para carros, aviões e até locomotivas, no trânsito náutico não é diferente. Afinal, todas as normas e leis vigentes, aplicadas aos meios de transporte, para padronização de conduta, têm como objetivo primordial disciplinar e orientar condutores, garantindo a segurança de todos os envolvidos.
Conhecer as diretrizes e recomendações vigentes é de extrema importância, seja você um navegador iniciante ou mais experiente, uma vez que estamos falando de cuidados fundamentais tanto para tornar a viagem segura, como para garantir o conforto de seus passageiros. Dois pontos que formam uma combinação perfeita que a gente aposta que todo bom comandante faz questão de ter em sua embarcação!
Confira abaixo 5 regras que devem ser obedecidas por quem está no comando de um barco, sem esquecer de dar máxima atenção ao que determina a Capitania dos Portos que exerce jurisdição na sua região.
Mesmo em casos em que a preferência nos favoreça é imprescindível desviar de quem estiver vindo em nossa direção, quando este não seguir esta recomendação. Afinal, nem sempre sabemos com exatidão o que se passa na outra embarcação. Na dúvida e por questão de bom senso, desvie.
1 – Velocidade
Manter-se em velocidade que não gere ondas capazes de causar estragos em áreas de ancoragem ou que possam afundar pequenos barcos a nossa volta, é outra questão que se faz indispensável para o bom convívio e segurança no mar. À noite ou em dias com baixa visibilidade, causada por chuva ou nevoeiro, o mais prudente, principalmente em se tratando de navio a motor, é manter a velocidade reduzida a fim de evitar acidentes.
2 – Travessia de canais
A norma para travessia de canais é uma regra universal válida tanto no Brasil, como no Reino Unido: todos os tipos de embarcações devem se manter à direita.
3 – Luzes de navegação
As luzes de navegação são essenciais à noite e em dias com condições de visibilidade baixa, para que o capitão possa identificar se o que está a sua frente trata-se de navio, lancha, veleiro, barco de pesca ou a remo. As sinalizações luminosas possuem as tonalidades verde e vermelha, enquanto a luz da popa apresenta-se somente na cor branca.
As luzes de cada embarcação podem ser definidas e identificadas também da seguinte forma:
▪ Navios possuem duas luzes brancas nos mastros, sendo a de ré mais alta que a do mastro da proa;
▪ Barcos a motor de até 50 metros de comprimento possuem além das luzes de bordos, somente uma luz branca de mastro;
▪ Veleiros, por sua vez, não apresentam nenhuma luz branca no mastro;
▪ Rebocadores que se encontram puxando outro barco exibem uma luz amarela na popa, acima da luz branca;
▪ Luzes circulares são aquelas que podem ser vistas de qualquer ângulo há 360 graus;
▪ Barcos a remo usam apenas uma luz de cor branca em formato de círculo;
▪ Pequenos barcos a motor ou a vela, com até 7 m de comprimento e velocidade inferior a 7 nós, também se identificam por uma iluminação circular branca;
▪ Barcos ancorados, tanto a remo, como a motor ou vela, igualmente são sinalizados por uma luz branca em formato de círculo;
▪ Navios entrando ou saindo de um canal pouco profundo exibem, além das luzes de navegação, três luzes circulares vermelhas;
▪ Barcos de pesca em movimento trazem luzes de bordos e de alcançado (branca, de popa), mais duas luzes circulares dispostas em fila na vertical, no mastro de vante. No caso de se tratar de pesca de arrasto, ou seja, com rede no fundo, a luz superior é verde e a inferior de cor branca. Quando os barcos em questão forem de pesca equipados com redes boiadas, que são as que apresentam maior perigo à navegação, a luz superior é vermelha e a inferior é branca;
▪ Barcos da praticagem, ou seja, aqueles homologados pelo Representante Regional da Autoridade Marítima; precisam conter, além das luzes regulares de navegação, duas luzes circulares na vertical, sendo a superior branca e a inferior vermelha;
▪ Já um hidroavião tem uma única luz branca entre as luzes verdes e vermelhas dos bordos.
4 – Sinais sonoros
Os sinais sonoros são dispositivos que emitem sons e vibrações, seja para transmitir orientações e advertências em alto mar, como também chamar a atenção de outros barcos. Em portos, por exemplo, é comum escutarmos apitos ou buzinas combinados a determinados sinais, que precisam ser compreendidos para o uso quando necessário. Conheça algumas destas sinalizações:
▪ 1 apito curto (cerca de 1 segundo): o barco vai virar para a direita;
▪ 2 apitos curtos: o barco vai virar para bombordo;
▪ 3 apitos curtos: o barco vai dar marcha à ré;
▪ 1 apito longo (de 4 a 6 segundos): deve ser usado antes de entrar em uma curva;
▪ 2 apitos longos e 1 curto: um barco pretende ultrapassar o outro por boreste;
▪ 2 apitos longos e 2 curtos: um barco pretende passar outro por bombordo;
▪ 5 apitos curtos: um barco não está entendendo as manobras do outro;
▪1 apito longo, no máximo, a cada 2 minutos: sinal para ser usado em nevoeiros.
5 – Boias e balizas
Boias são sinalizadores flutuantes, enquanto as balizas, geralmente, estão presas a algum ponto firme. O que ambos têm em comum é a grande relevância nos canais, a fim de evitar lajes perigosas e águas rasas. Nas Américas, por exemplo, é utilizado o sistema de sinalização IALA B, formado da seguinte maneira:
▪ Sinais laterais – conjunto de boias verdes e vermelhas usadas para indicar o canal de passagem. As verdes, chamadas de bombordo, têm formato cilíndrico ou de charuto (mais fino), com uma base inferior circular ou não, e devem ser deixadas à esquerda do barco que está entrando no porto. Na forma de charuto, o sinal de bombordo, mesmo estando com a cor verde desgastada, pode ser reconhecido de longe pelo cilindro que tem no topo. Já as boias vermelhas, ou boreste, como também são chamadas, com desenho cônico ou charuto, devem ser deixadas à direita da embarcação com destino ao porto. As boias vermelhas, com ou sem base inferior circular, também podem ser reconhecidas a longas distâncias, por seu topo na forma de cone. No caso de serem luminosas, as boias verdes emitem lampejos verdes, enquanto as vermelhas emitem clarões encarnados.
▪ Sinais laterais modificados – Possuem semelhança com as boias verdes e vermelhas acima mencionadas, porém têm por finalidade a indicação de bifurcação com dois canais à frente. As cores são as mesmas, mas com uma faixa horizontal vermelha ou verde, no centro. O sinal de bombordo modificado é representado por uma boia verde em qualquer formato da boia de bombordo, desde que com uma faixa vermelha no meio. Sempre que avistadas, a orientação para entrar no porto é a de continuar deixando essa boia à esquerda, pois o canal preferencial é o da direita da boia. Já o sinal de boreste modificado, que é uma boia vermelha com faixa verde, indica o oposto, orientando quem segue para o porto a optar pelo canal principal, à esquerda dessa boia, que deve permanecer à direita do barco. Se forem luminosas, essas emitem lampejos verdes de bombordo modificados, ou vermelhos que sinalizam boreste modificado, em sequência de dois lampejos seguidos e outro mais atrasado.
▪ Perigo isolado – É a sinalização feita por boias ou balizas pretas com faixas horizontais vermelhas e duas esferas pretas no topo, para indicar que há um perigo embaixo delas, como uma laje ou um casco naufragado. Em se tratando de um sinal luminoso com dois lampejos brancos, a indicação é de que a embarcação fique bem longe dele.
▪ Águas Seguras – Boias ou balizas brancas com faixas verticais vermelhas indicam águas profundas e livres de obstáculos perigosos à navegação na região. No caso de serem luminosas, irão emitir luz branca com tempo de duração longo, de até 10 segundos, ou a letra A em código Morse, representada por um lampejo curto e um longo.
▪ Sinais cardinais – São boias ou balizas nas cores amarela e preta, que ficam próximas dos portos, orientando o navegante a seguir por um quadrante a partir daquele sinal, a fim de desviar de possíveis perigos na área. Para saber o que fazer ao encontrar um sinal desses é preciso observar os indicadores pretos existentes na sua parte superior: dois cones apontados para cima orientam passar pelo norte; dois cones voltados para baixo recomendam seguir pelo sul. Já o sinal cardinal para leste é formado por dois cones base a base; e o oeste é representado por dois cones vértice a vértice, que lembra um pouco a letra w (de west, ou oeste, quando traduzido para o português).
A noite, no caso de serem luminosos, os sinais cardinais emitem lampejos brancos rápidos ou muito rápidos, que remetem às horas no mostrador de um relógio analógico: um lampejo significa norte (12 horas); três lampejos, leste (3 horas); seis lampejos, sul (6 horas); e nove lampejos, oeste (9 horas). Na dúvida olhe para o mostrador do relógio!
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