Práticas da agricultura regenerativa formam um sistema agrícola mais resiliente e sustentável, que beneficia tanto o ambiente quanto a produção de alimentos.
A degradação do solo, um fenômeno que afeta cerca de 40% de toda a superfície terrestre global, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), representa um dos maiores desafios ambientais enfrentados pela humanidade.
Este cenário, aliado a maior preocupação das pessoas com a preservação do meio ambiente e qualidade dos alimentos, estabelece a urgência de práticas agrícolas mais sustentáveis e inovadoras.
Neste contexto, um conceito que vem ganhando força é o da agricultura regenerativa. Aqui, mais que preservar os recursos naturais, busca-se reconstruir o que já foi degradado.
Apesar de ter uma economia agrícola robusta, a América Latina representa, hoje, apenas 5% do mercado global de agricultura regenerativa, enquanto a América do Norte lidera com 37%. Ou seja, há um grande caminho de práticas inovadoras a se percorrer no Brasil e demais países latino-americanos.
O que é um agronegócio sustentável?
O conceito de agronegócio sustentável transcende a mera produção de alimentos; envolve práticas que respeitam ecossistemas, preservam os recursos hídricos e combatem a degradação do solo. A base de sua eficácia reside na integração harmoniosa da produção agrícola com a manutenção e restauração dos ecossistemas.
A discussão sobre sustentabilidade no agronegócio no Brasil começou a ganhar destaque a partir da década de 1990. Nesse período, questões ambientais e sociais começaram a ocupar um espaço significativo nas agendas global e nacional, impulsionando a necessidade de abordagens mais sustentáveis em diferentes setores, incluindo o agronegócio.
Um dos marcos foi a Rio-92, também conhecida como ECO-92, a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992.
No contexto do agronegócio, a conferência destacou a importância de integrar práticas agrícolas sustentáveis que levassem em consideração não apenas a produção de alimentos, mas também a preservação dos recursos naturais, a biodiversidade e as condições sociais dos envolvidos na produção.
No entanto, os anos se passaram, a sociedade se transformou e o clima mudou. Atualmente, quando falamos em agronegócio sustentável devemos incorporar práticas inovadoras e tecnologias que ajudem a recuperar o que já foi destruído.
A importância da agricultura regenerativa
A agricultura regenerativa emerge como uma resposta inovadora à degradação do solo. Esta abordagem combina práticas agrícolas sustentáveis com tecnologias de ponta, visando não apenas atender às demandas alimentares globais, mas também restaurar ecossistemas danificados.
Enquanto o agronegócio sustentável abrange práticas que visam a sustentabilidade ambiental e socioeconômica, a agricultura regenerativa vai além, buscando ativamente restaurar ecossistemas prejudicados. Essa diferença sutil, mas significativa, reflete a crescente conscientização sobre a necessidade não apenas de mitigar impactos negativos, mas de reverter danos passados.
O termo “agricultura regenerativa” foi criado no final da década de 80 por pesquisadores do Instituto Rodale, que trabalhavam em práticas agrícolas menos prejudiciais ao solo. Mas o movimento só ganhou impulso por volta de 2010, quando agricultores reconheceram a necessidade de práticas agrícolas mais alinhadas com os princípios ecológicos.
Hoje, a agricultura regenerativa é considerada uma abordagem inovadora e essencial para enfrentar os desafios ambientais e alimentares do século XXI.
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Práticas da agricultura regenerativa
Existem algumas práticas mais difundidas que ajudam a entender, na prática, o uso da agricultura regenerativa.
Diversificação de culturas
A diversificação de culturas é uma prática essencial na agricultura regenerativa. Em vez de depender de monoculturas extensivas, os agricultores buscam cultivar uma variedade de plantas em uma mesma área ao longo do tempo.
Isso não apenas reduz a vulnerabilidade a pragas e doenças específicas, mas também promove a biodiversidade e melhora a saúde do solo. Cada cultura tem características únicas que, quando cultivadas em rotação, contribuem para a fertilidade do solo e reduzem a necessidade de insumos externos.
Uso de fertilizantes naturais
Ao invés de depender exclusivamente de fertilizantes químicos sintéticos, a agricultura regenerativa favorece o uso de fertilizantes naturais e orgânicos. Isso inclui o emprego de esterco, compostagem, adubos verdes e outros métodos que não apenas fornecem nutrientes essenciais às plantas, mas também promovem a atividade biológica no solo.
Essa abordagem contribui para a fertilidade do solo a longo prazo e evita os impactos negativos associados ao uso excessivo de produtos químicos.
Recomposição de ambientes naturais
A recomposição de ambientes naturais refere-se à restauração de áreas adjacentes aos campos agrícolas para promover ecossistemas mais saudáveis. Isso pode incluir a criação de faixas de vegetação nativa, áreas de pousio e a preservação de cursos d’água.
Essas práticas ajudam na conservação da biodiversidade, fornecem habitat para polinizadores e outros organismos benéficos, e contribuem para a resiliência do ecossistema agrícola como um todo.
Adoção de produtos biológicos e naturais
A agricultura regenerativa prioriza a utilização de produtos biológicos e naturais no controle de pragas e doenças. Em vez de depender de pesticidas sintéticos, os agricultores recorrem a métodos como a introdução de inimigos naturais, a rotação de culturas, o uso de extratos de plantas e outros agentes biológicos.
O benefício dessa prática é a redução da exposição a produtos químicos nocivos e a promoção do equilíbrio ecológico nos campos agrícolas.
Desafios na adoção da agricultura regenerativa na América Latina
A América Latina enfrenta um desafio complexo na adoção da agricultura regenerativa. Apesar de ser berço de práticas sustentáveis, a região ainda é dominada por modelos agrícolas tradicionais e insustentáveis, especialmente em gigantes agrícolas como Brasil e Argentina.
A resistência à mudança, a predileção por insumos sintéticos e a dependência de maquinário pesado nas grandes fazendas dificultam a transição para práticas mais sustentáveis.
O foco da América Latina em commodities agrícolas também contribui para a baixa difusão da agricultura regenerativa, representando apenas 5% do mercado global, em comparação com a liderança da América do Norte com 37%. Apesar da presença de agricultura de subsistência em pequena escala mais aberta a práticas regenerativas, a região enfrenta desafios significativos.
O ambiente político e socioeconômico diversificado da América Latina é um obstáculo, com políticas e subsídios que muitas vezes protegem o status quo e resistem às mudanças. Além disso, a barreira linguística, a promoção predominante em inglês da agricultura regenerativa e a falta de conhecimento linguístico entre os pequenos produtores nas regiões mais interioranas são desafios adicionais.
Uma abordagem eficaz incluiria a comunicação em espanhol, português e idiomas indígenas, juntamente com capacitação e alfabetização ecológica para os agricultores. A região, marcada por conflitos de terra e uma história de exploração, destaca a necessidade de abordagens que defendam a justiça social e ambiental para superar os desafios na adoção da agricultura regenerativa.
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Importância da tecnologia na agricultura regenerativa
A tecnologia está no cerne da agricultura regenerativa, oferecendo soluções para desafios climáticos, proteção de ecossistemas e aumento da eficiência produtiva. O uso de GPS, automação, telemetria e monitoramento do solo e da água permite uma abordagem precisa e personalizada para a produção agrícola.
O monitoramento e rastreamento de máquinas agrícolas por meio de telemetria e GPS, por exemplo, oferecem uma série de benefícios que contribuem para práticas mais sustentáveis e eficientes:
Uso eficiente de recursos
A telemetria permite o acompanhamento em tempo real do desempenho das máquinas, possibilitando ajustes precisos nas operações agrícolas. Isso leva a um uso mais eficiente de combustíveis e insumos, reduzindo o impacto ambiental.
Preservação do solo e biodiversidade
O uso de GPS garante uma navegação precisa das máquinas agrícolas, evitando sobreposições e operações desnecessárias. Essa prática evita a compactação excessiva, reduzindo o impacto nas áreas circundantes.
Minimização de resíduos e emissões
A capacidade de monitorar as operações agrícolas de forma detalhada permite a identificação de áreas específicas que requerem intervenção, reduzindo a necessidade de aplicação generalizada de insumos, minimizando resíduos e emissões associadas.
Otimização da eficiência operacional
O monitoramento remoto das máquinas agrícolas por meio de telemetria facilita a gestão eficiente das operações, permitindo ajustes em tempo real e otimização das atividades agrícolas.
Aumento da segurança
O rastreamento via GPS não apenas auxilia na eficiência, mas também contribui para a segurança das máquinas, prevenindo roubos e permitindo uma resposta rápida em caso de emergências.
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