O transporte de cargas perigosas possui muitas peculiaridades que devem ser conhecidas para oferecer mais segurança para o motorista e demais cidadãos.
Se você já trabalha, ou pretende trabalhar com o transporte de cargas perigosas, é preciso se atentar a detalhes extremamente importantes, pois o não cumprimento deles poderá resultar em sérios problemas.
Continue lendo este artigo e tire todas as suas dúvidas sobre o transporte de cargas perigosas! Boa leitura.
O que são cargas perigosas?
Primeiramente, é importante entender o conceito de cargas perigosas. Basicamente, cargas perigosas é tudo que pode apresentar riscos substanciais para a saúde, segurança ou meio ambiente.
Ou seja, cargas como explosivos, gases, material radioativo, entre outros, demonstram grande risco a qualquer um, sendo assim, um tipo de produto que deve ser muito bem transportado em plena segurança.
Transporte de cargas perigosas
Para este tipo de transporte deve-se estar atento a diversas questões, como o tipo de veículo que fará a locomoção, nível de instrução de quem irá fazer o trajeto, entre outros.
O transporte de cargas perigosas é algo complexo, que deve ser feito com os recursos certos. Como envolve substâncias inflamáveis, explosivas, tóxicas, corrosivas, radioativas ou biológicas, um acidente pode causar danos irreparáveis para a natureza e para a população.
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Tipos de cargas perigosas
Agora que você entendeu exatamente o que são cargas perigosas, é importante conhecer seus tipos. Confira:
- Explosivos
Podendo ser transportado em estado sólido, líquido ou gasoso, os explosivos possuem diversas matérias-primas, estas transportadas para sua fabricação, como pólvora, azida de chumbo, entre outros.
Tais produtos apresentam grande perigo, uma vez que reagem quimicamente produzindo gás e calor, resultando em uma explosão. Assim, é possível entender porque o transporte destas substâncias deve ser feito tão cuidadosamente.
Para saber melhor sobre eles, confira abaixo as subclasses de explosivos segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres):
- Subclasse 1.1: substâncias e artigos com risco de explosão em massa;
- Subclasse 1.2: substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa;
- Subclasse 1.3: substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa;
- Subclasse 1.4: substâncias e artigos que não apresentam risco significativo;
- Subclasse 1.5: substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa; e
- Subclasse 1.6: artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa.
- Líquidos inflamáveis
Os líquidos inflamáveis também se configuram como uma carga perigosa, em vista que apresentam a possibilidade de entrar em combustão pelo vapor inflamável ou pela pressão e temperatura.
Esta carga apresenta riscos como incêndios e explosões e, assim como todas as cargas perigosas, deve ser transportada corretamente.
Confira abaixo alguns exemplos de líquido inflamáveis:
- Álcool líquido ou em gel;
- Gasolina;
- Diesel;
- Benzeno;
- Solventes.
- Gases
Os gases são classificados entre inflamáveis, não-inflamáveis e tóxicos. Os gases inflamáveis podem entrar em combustão, contando com muitas peculiaridades, como, por exemplo, alguns deles ao entrarem em contato com oxigênio chegam à combustão.
Conheça alguns gases inflamáveis:
- Amoníaco;
- Acetileno;
- Propano;
- Metano;
- Propileno;
- Hidrogênio;
- Butano.
Os gases não-inflamáveis são os que não entram naturalmente em combustão, porém, são classificados como perigosos porque podem ser asfixiantes ou oxidantes. Ou seja, ainda que pareçam inofensivos, eles apresentam perigo e devem ser tratados com cuidado.
Alguns dos gases não-inflamáveis:
- Hidrogênio;
- Monóxido de carbono;
E, por fim, temos os gases tóxicos. Eles apresentam sérios riscos à saúde, possuindo alto potencial corrosivo, o que significa que ao entrar em contato com qualquer coisa irá corroer ela, como objetos ou a pele humana.
Conheça alguns gases tóxicos:
- Amônia;
- Benzeno;
- Sulfeto de hidrogênio;
- Dióxido de carbono.
Ainda assim, podemos citar as subclasses dos gases:
- Subclasse 2.1: gases inflamáveis;
- Subclasse 2.2: gases não-inflamáveis, não-tóxicos;
- Subclasse 2.3: gases tóxicos.
Com todas essas especificações, é possível entender porque os gases são tão perigosos e, principalmente, ter a consciência de que para transportá-los é preciso responsabilidade e recursos específicos.
Os riscos de se carregar este tipo de carga perigosa vai de vazamentos, envenenamentos, explosões, incêndios e congelamentos, ou seja, todo cuidado é pouco.
- Sólidos inflamáveis
Assim como os gases, os sólidos inflamáveis são perigosos. Sensíveis ao calor, eles podem pegar fogo em meio ao transporte, uma vez que quaisquer ações, como atrito entre ele e outro objeto, pode resultar em um desastre.
Conheça alguns dos sólidos inflamáveis e seus riscos:
- Algodão: pode pegar fogo espontaneamente devido ao calor;
- Carvão: pode pegar fogo espontaneamente devido ao calor;
- Cal virgem: emite gases inflamáveis e tóxicos ao entrar em contato com a água;
- Carbureto de cálcio: emite gases inflamáveis e tóxicos ao entrar em contato com a água;
- Magnésio metálico: emite gases inflamáveis e tóxicos ao entrar em contato com a água.
Como os outros, possuem subclasses, veja abaixo:
- Subclasse 4.1: sólidos inflamáveis, substâncias auto-reagentes e explosivos, sólidos insensibilizados;
- Subclasse 4.2: substâncias sujeitas à combustão espontânea; e
- Subclasse 4.3: substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis.
- Substâncias infectantes e venenosas
Podendo ser transportados em estado sólido, líquido ou gasoso, estas substâncias venenosas e infectantes apresentam grande risco a pessoas, animais e meio ambiente.
Primeiramente, temos as que podem provocar lesões, ou morte por inalação, ingestão ou contato. Ricina, atropina e tálio são algumas delas.
Também temos aquelas que possuem em si algum tipo de patologia infecciosa, como lixos hospitalares, exames e animais de laboratórios.
Ambas as substâncias apresentam riscos alarmantes e, por isso, devem ser muito bem transportadas.
- Oxidantes e peróxidos orgânicos
Os oxidantes são muito imprevisíveis e instáveis, podendo entrar em combustão ao entrar em contato com oxigênio. Podemos citar alguns materiais oxidantes:
- Periodatos;
- Cromatos;
- Hipocloritos.
Os peróxidos orgânicos também apresentam natureza de instabilidade, além de serem sensíveis a choque e atritos. Eles também são conhecidos por passar pelo processo de decomposição exotérmica, que nada mais é do que liberação de calor.
- Substâncias corrosivas
Como o próprio nome diz, este tipo de carga perigosa apresenta risco de corrosão, podendo gerar danos em quaisquer coisas, como aços e tecido vivo, bem como intoxicação por meio de liberação de vapores tóxicos.
Conheças algumas destas substâncias:
- Hidróxido de potássio;
- Ácido clorídrico;
- Hidróxido de sódio;
- Ácido sulfúrico.
- Materiais radioativos
Este tipo de carga apresenta materiais que possuem radiação, ou seja, são extremamente nocivos, podendo causar em humanos doenças como câncer.
Urânio, césio e cobalto são alguns dos materiais radioativos. Para seu transporte é preciso armazenamento adequado e muito cuidado no manuseio destes.
Estes são os tipos de cargas perigosas que, atualmente, é possível efetuar o transporte delas. No entanto, produtos como óleos combustíveis, gelo seco, baterias de lítio e dióxido de carbono sólido também apresentam riscos, apesar de não serem configurados como cargas perigosas.
Sendo assim, ao transportar estas cargas é preciso manter cuidados especiais, como é feito com as regulamentadas perigosas.
Leia também: Os tipos de cargas mais transportadas no Brasil
Exigências para o transporte de cargas perigosas
Como pode ter sido percebido, as cargas perigosas são extremamente complexas, existindo exigências para que o transporte delas ocorra.
Podemos começar com a Lei Federal n° 10.233/2001, que regulamenta o transporte de cargas perigosas no Brasil. Já as resoluções ficam em responsabilidade da ANTT.
Dentro destas resoluções temos a n° 5.232/16, na qual são definidos os produtos perigosos e como cada um deles deve ser identificado e embalado, bem como de que forma o veículo que fará o transporte deverá ser sinalizado e qual a documentação necessária.
Além disso, os condutores destes veículos deverão ter o certificado de aprovação no Curso de Condutores de Veículos de Transportadores de Produtos Perigosos, conhecido também como Mopp (Movimentação e Operação de Produtos Perigosos).
Tipos de veículos para transporte de cargas perigosas
Ainda dentro das exigências, existem os tipos de veículos que podem ser utilizados no transporte destas cargas. Conheça alguns deles abaixo:
- Baú: muito comum, dependendo do produto a ser carregado, deverá ser corretamente climatizado ou isolado, no caso de radioativos.
- Tanque: geralmente utilizado para transporte de líquidos inflamáveis e vários tipos de gases. Evita vazamentos e acidentes;
- Sider: fechado por lona, os produtos nele levados devem estar em estado sólido e muito bem armazenados;
- Basculante: possui ótimo espaço e bom isolamento, perfeito para produtos de origem mineral;
- Bitrem e rodotrem: podem transportar materiais em diversos estados;
- Porta-contêiner: transporta em estabilidade e segurança contêineres.
Frete para transporte de cargas perigosas
Assim como os transporte de outras cargas, as perigosas também devem pagar frete. Os custos variáveis são definidos pela ANTT, juntamente com o custo fixo de cada veículo.
Conheça quais são os custos variáveis e fixos:
Variáveis
- Cuidados do dia a dia (combustível, pneus, lavagem, entre outros);
- Salário de condutores;
- Custos com condutores em trajeto;
- Multas;
- Manutenções de rotina.
Fixos
- Seguro;
- IPVA;
- Danos ao veículo;
- Licenciamento;
- Capital.
Os cuidados ao se trabalhar com o transporte de cargas perigosas são quase que infinitos, sendo assim, nada pode ser despercebido e, muito menos, esquecido.
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