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imagem de uma caravela em alto mar feita por inteligência artificial

A história do mercado de seguros: dos primórdios ao século 21

A prática de proteger bens e mercadorias é mais antiga do que imaginamos. Veja como tudo começou e os marcos revolucionários.

A história do mercado de seguros é uma narrativa fascinante que remonta aos primórdios da civilização humana, evoluindo através dos séculos até se tornar um dos pilares fundamentais da economia moderna.

Desde as primeiras tentativas de mitigação de riscos pelos mercadores da Babilônia até a sofisticação dos sistemas de seguros atuais, esta jornada é marcada por inovações, regulamentações e a constante adaptação às necessidades de proteção de indivíduos e empresas.

No Brasil, a trajetória do setor de seguros é igualmente rica e significativa. A partir da abertura dos portos em 1808, o mercado segurador brasileiro experimentou um crescimento robusto, moldado por marcos legais, econômicos e tecnológicos.

Corretores de seguros e seguradoras desempenharam e continuam desempenhando um papel crucial nesta evolução, sendo agentes fundamentais na disseminação de segurança e tranquilidade para a sociedade.

Neste texto, vamos explorar os principais eventos e transformações que definiram o mercado de seguros, tanto no cenário global quanto no Brasil, destacando os avanços regulatórios, a chegada de tecnologias inovadoras e o impacto contínuo dos corretores de seguros.

Como surgiu o mercado de seguros?

A resposta para esta pergunta é um tanto complexa quanto curiosa. Há registro de serviços e práticas para proteger mercadorias desde a Antiguidade, na Babilônia, Mesopotânea, China e Índia.

No século III a.C., por exemplo, os mercadores chineses distribuíam suas mercadorias por várias embarcações para mitigar perdas. Os fenícios, conhecidos como exímios navegadores e comerciantes do Mediterrâneo, adotavam acordos onde, em troca de um pagamento adicional (o prémio), os mercadores poderiam garantir a restituição do valor das mercadorias em caso de perda durante as viagens.

Na Índia, o Manusmriti, um antigo texto jurídico datado de aproximadamente 200 a.C., também mencionava práticas de gestão de risco. Os mercadores indianos formavam guildas que funcionavam como uma espécie de fundo comum, onde os membros contribuíam para cobrir perdas causadas por pirataria, naufrágios ou outras calamidades.

Mas muitos consideram a Mesopotâmia como o berço dos seguros. O famoso Código de Hamurabi, por volta de 1750 a.C., incluía uma espécie de contrato de seguro marítimo. Os comerciantes que financiavam caravanas podiam tomar emprestado dinheiro para seus empreendimentos, com a promessa de pagar de volta o empréstimo com juros apenas se suas mercadorias chegassem em segurança.

Idade Média

O conceito moderno de seguro começou a tomar forma na Idade Média, especialmente com o seguro marítimo na Itália do século XIV. As cidades italianas de Gênova e Veneza eram centros comerciais importantes, e os comerciantes usavam contratos conhecidos como “polizze” para proteger seus interesses.

Século XVII

O seguro como conhecemos hoje começou a se desenvolver no século XVII. Em 1688, foi fundada a Lloyd’s of London, que começou como um café onde os mercadores e armadores se reuniam para discutir negócios. Este café se tornou a maior organização de seguro marítimo do mundo.

Século XVIII e XIX

Com a Revolução Industrial, o mercado de seguros se expandiu significativamente. O seguro de vida e contra incêndio se tornaram comuns. A primeira companhia de seguros de vida foi fundada em 1706 em Londres, a Amicable Society for a Perpetual Assurance Office. Nos EUA, o seguro de vida se desenvolveu a partir da segunda metade do século XVIII.

Chegada da Internet

A chegada da internet foi um verdadeiro marco para o mercado de seguros, revolucionando a forma como os serviços são oferecidos e consumidos. A internet facilitou o acesso à informação, permitindo que os consumidores comparassem produtos de seguros de diferentes empresas com maior facilidade e transparência.

Plataformas online e marketplaces de seguros surgiram, possibilitando a contratação de apólices de forma rápida e conveniente, sem a necessidade de visitas presenciais a escritórios ou corretores.

No caso dos seguros para veículos, hoje as seguradoras podem usar a internet para consultar o histórico veicular. Informações como multas, restrições, sinistros e outras estão mais acessíveis e auxiliam os corretores na venda de seguros.

Além disso, a internet trouxe a digitalização dos processos internos das seguradoras. Documentos e registros passaram a ser armazenados e gerenciados digitalmente, o que não apenas reduziu custos operacionais, mas também melhorou a eficiência e a precisão no processamento de apólices e sinistros.

A comunicação entre seguradoras e clientes tornou-se mais ágil e direta, com o uso de e-mails, sites e, mais recentemente, aplicativos para smartphones.

A história do seguro no Brasil

A atividade seguradora no Brasil teve início com a abertura dos portos ao comércio internacional, em 1808, sob a regência de Dom João VI. A primeira sociedade de seguros a operar no país foi a “Companhia de Seguros BOA-FÉ“, fundada em 24 de fevereiro daquele ano, com o objetivo de atuar no seguro marítimo. Durante este período, a atividade era regulada pelas leis portuguesas.

Em 1850, com a promulgação do “Código Comercial Brasileiro” (Lei n° 556, de 25 de junho de 1850), o seguro marítimo foi detalhadamente regulamentado. O advento do Código Comercial foi crucial para o desenvolvimento do setor de seguros no Brasil, promovendo o surgimento de várias seguradoras que começaram a atuar também no seguro terrestre.

A exploração do seguro de vida, inicialmente proibida pelo Código Comercial quando feita juntamente com o seguro marítimo, foi autorizada em 1855, permitindo um crescimento significativo do setor. A partir de 1862, começaram a surgir as primeiras sucursais de seguradoras estrangeiras, o que trouxe novas práticas e consolidou o mercado nacional.

Em 5 de setembro de 1895, uma lei foi promulgada para regular as companhias estrangeiras de seguros de vida, exigindo que suas reservas técnicas fossem constituídas e aplicadas no Brasil, evitando a evasão de divisas.

Surgimento da Previdência Privada

Em 10 de janeiro de 1835, foi criada a MONGERAL – Montepio Geral de Economia dos Servidores do Estado, proposta pelo então Ministro da Justiça, Barão de Sepetiba, inaugurando a previdência privada no Brasil com planos facultativos e mutualistas. A Previdência Social só seria instituída mais tarde, em 1923, pela Lei n° 4.682 (Lei Elói Chaves).

Criação da Superintendência Geral de Seguros

O Decreto n° 4.270, de 10 de dezembro de 1901, regulamentou o funcionamento das companhias de seguros e criou a Superintendência Geral de Seguros, subordinada ao Ministério da Fazenda. Esta entidade unificou a fiscalização do setor, anteriormente dispersa entre diferentes órgãos. Em 1906, a Superintendência foi substituída pela Inspetoria de Seguros.

Código Civil Brasileiro e o Contrato de Seguro

Em 1º de janeiro de 1916, a Lei n° 3.071 promulgou o “Código Civil Brasileiro”, que dedicou um capítulo específico ao contrato de seguro, estabelecendo princípios essenciais e regulando direitos e obrigações das partes envolvidas.

Primeira Empresa de Capitalização

A primeira empresa de capitalização do Brasil foi a Sul América Capitalização S.A., fundada em 1929. Em 1932, o Decreto n° 21.143 oficializou a autorização para o funcionamento de sociedades de capitalização, posteriormente regulamentado pelo Decreto n° 22.456, de 1933.

Criação do DNSPC

Em 1933, o Decreto n° 22.865 transferiu a Inspetoria de Seguros para o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Em 1934, o Decreto n° 24.782 criou o Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização (DNSPC).

Princípio de Nacionalização do Seguro

Com a Constituição de 1937, foi estabelecido o “Princípio de Nacionalização do Seguro“. O Decreto n° 5.901, de 20 de junho de 1940, criou seguros obrigatórios contra incêndios e transportes para comerciantes, industriais e concessionários de serviços públicos.

Criação do Instituto de Resseguros do Brasil

Em 1939, foi criado o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) pelo Decreto-lei n° 1.186. O IRB obrigou as seguradoras a ressegurarem suas responsabilidades excedentes no próprio instituto, evitando a saída de divisas para o exterior. O IRB consolidou o mercado nacional e promoveu a competitividade das seguradoras brasileiras.

Criação da SUSEP

Em 1966, o Decreto-lei n° 73 criou a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e o Sistema Nacional de Seguros Privados, que inclui o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), a SUSEP, o IRB, sociedades autorizadas a operar em seguros privados e corretores habilitados. A SUSEP, uma entidade autárquica com autonomia administrativa e financeira, substituiu o DNSPC.

Nesse mesmo ano foi regulamentada a profissão de corretor de seguros, trazendo mais transparência e segurança ao mercado.

Revolução Tecnológica

A chegada da tecnologia ao mercado de seguros transformou radicalmente a forma como as seguradoras operam e como os clientes interagem com seus serviços. No século 21, a inteligência artificial (IA) emergiu como um dos principais motores dessa revolução, trazendo inovações que aumentaram a eficiência, a precisão e a personalização das operações de seguros.

Automação e processamento de dados

A inteligência artificial possibilitou a automação de muitos processos que antes eram realizados manualmente. A análise de grandes volumes de dados (big data) permitiu que as seguradoras avaliem riscos com maior precisão e rapidez.

Hoje, algoritmos de IA conseguem identificar padrões e prever comportamentos de risco com base em históricos de dados, o que melhora a precisão na precificação de prêmios e na seleção de apólices.

Personalização e experiência do cliente

Com o uso de IA, as seguradoras oferecem hoje produtos mais personalizados, adaptados às necessidades individuais dos clientes. Assistentes virtuais e chatbots, impulsionados por IA, fornecem atendimento 24 horas, esclarecendo dúvidas, processando sinistros e oferecendo recomendações de apólices de forma eficiente e amigável.

Telemática e IoT

A telemática e a Internet das Coisas (IoT) são outras inovações tecnológicas que têm sido integradas ao mercado de seguros com a ajuda da IA. No caso dos seguros automotivos, as seguradoras podem contar com empresas de gestão de frotas, como a Delta Global, para monitorar dados de veículos e motoristas por meio de telemetria e rastreamento em tempo real.

Conheça os serviços que a Delta Global oferece para corretores e seguradoras.

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