Com mais de 2 milhões de caminhões, país é hoje dependente do transporte rodoviário de cargas.
No início da década de 90, os Estados Unidos lideravam o cenário global de transporte rodoviário com uma grande vantagem em relação à Rússia, que ocupava a segunda posição no ranking de países com as maiores frotas de caminhões.
Naquela época, a supremacia americana era incontestável, com cerca de 4 milhões de caminhões comerciais circulando pelas estradas do país, alimentando a robusta economia norte-americana e atendendo à demanda de um dos maiores mercados consumidores do mundo.
Enquanto isso, a China e o Brasil sequer figuravam entre os dez primeiros colocados no ranking mundial de frotas de caminhões. Ambos os países ainda estavam em fases de desenvolvimento econômico e industrialização, sem a infraestrutura rodoviária e a quantidade de veículos comerciais necessários para competir com as grandes potências da época. No entanto, essa dinâmica começou a mudar de forma significativa a partir do final da década de 90.
O grande crescimento econômico da China, impulsionado por reformas econômicas e pela abertura ao comércio internacional, transformou o país em uma verdadeira potência industrial.
À medida que as cidades chinesas se expandiam e as zonas industriais floresciam, a necessidade de um sistema eficiente de transporte de cargas tornou-se imperativa. Como resultado, a China passou a investir massivamente em sua infraestrutura rodoviária e na aquisição de caminhões, superando rapidamente outros países e se consolidando como a líder mundial em frotas de caminhões.
Simultaneamente, o Brasil também experimentou um crescimento significativo, evidenciando a importância do transporte rodoviário de cargas em seu território vasto e diversificado. A expansão econômica brasileira, aliada ao desenvolvimento de setores-chave como o agronegócio e a indústria, demandou um aumento expressivo na quantidade de caminhões para garantir o escoamento de produtos e matérias-primas. Esse crescimento refletiu-se na frota de caminhões do país, que passou a figurar entre as maiores do mundo.
A seguir, exploraremos em detalhes os países que lideram esse ranking, destacando os fatores que contribuíram para suas posições de destaque e as implicações para o transporte rodoviário global.
Quais países possuem as maiores frotas de caminhões?
1) China – entre 20 e 30 milhões
Atualmente, a China é a maior fabricante de caminhões do mundo, com uma produção de 2,5 milhões de veículos pesados e semipesados por ano. Estima-se que existam entre 20 e 30 milhões de caminhões – de todos os tipos – em atividade no gigante asiático.
A China investiu massivamente em sua infraestrutura de transporte, incluindo estradas, pontes e rodovias. Esses investimentos facilitaram o transporte rodoviário e incentivaram o uso de caminhões para logística.
A rápida industrialização e urbanização também aumentaram a necessidade de transporte eficiente de matérias-primas, produtos acabados e bens de consumo. Os caminhões são essenciais para suprir essa demanda.
O país possui várias montadoras de caminhões, como JAC, XCMG, Hongyan, FAW, Foton, Sinotruk, Dongfeng Trucks e Schacman.
2) Estados Unidos – cerca de 13,5 milhões
Embora os Estados Unidos tenham perdido a liderança no ranking de maiores frotas de caminhões do mundo para a China, o número de caminhões em atividade no país é quatro vezes maior do que no início da década de 90.
Esse crescimento significativo destaca a importância contínua dos caminhões para a logística americana. Nos Estados Unidos, os caminhões são fundamentais para o transporte de mercadorias, garantindo que produtos e materiais cheguem aos seus destinos de forma eficiente e pontual.
Além disso, os Estados Unidos continuam a ser um dos maiores produtores de caminhões do mundo, ocupando a terceira posição no ranking de fabricantes, com uma produção anual de cerca de 280 mil veículos pesados e semipesados.
As principais fabricantes de caminhões nos Estados Unidos incluem empresas renomadas como a Freightliner, Kenworth, Peterbilt, International e Mack Trucks.
3) Índia – cerca de 4 milhões
A Índia, com sua crescente população e economia em expansão, emergiu como um dos líderes globais no setor de transporte rodoviário. Atualmente, o país ocupa a terceira posição no ranking de frotas de caminhões, com cerca de 4 milhões de veículos em atividade.
Este crescimento é impulsionado por diversos fatores, incluindo a superação da China como o país mais populoso do mundo em 2023, um marco significativo que sublinha a crescente demanda por serviços de transporte para atender às necessidades de uma população em rápida expansão.
Além disso, a Índia é o quarto país no ranking de fabricantes de caminhões, com cerca de 250 mil unidades produzidas anualmente. Esse volume de produção reflete a capacidade industrial do país e a sua importância no cenário global de veículos pesados.
Fabricantes indianas como Tata Motors, Ashok Leyland e Mahindra & Mahindra são fundamentais para suprir tanto o mercado interno quanto as exportações, fortalecendo ainda mais a posição da Índia no setor de transporte rodoviário.
4) Brasil – 2,18 milhões
De acordo com relatório divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), o Brasil possuía em 2023 uma frota de 2,18 milhões de caminhões. Esse número representa 4,6% do total da frota circulante no país.
Nos anos 2000, o Brasil experimentou um período de crescimento econômico significativo, impulsionado por um aumento na demanda por commodities, expansão do mercado interno e investimentos em infraestrutura.
A modernização dos processos logísticos também desempenhou um papel crucial nesse crescimento. Empresas brasileiras começaram a adotar tecnologias avançadas, como sistemas de gerenciamento de frota, telemetria e soluções de rastreamento em tempo real.
Com essas tecnologias, as empresas conseguiram monitorar e otimizar rotas, gerenciar a manutenção dos veículos de forma mais eficaz e garantir a entrega pontual das mercadorias.
Além da demanda interna, o Brasil também se destaca como um importante fabricante de caminhões no cenário global. O país é o sexto maior fabricante de caminhões do mundo, com uma produção anual de cerca de 160 mil veículos. Fabricantes como Mercedes-Benz, Volvo e Scania possuem fábricas no Brasil, contribuindo para a robustez do setor automotivo e para a disponibilidade de veículos no mercado interno.
A infraestrutura logística brasileira também passou por melhorias significativas, com investimentos em rodovias, portos e centros de distribuição (CDs). Esses investimentos facilitaram o fluxo de mercadorias pelo país e aumentaram a competitividade do transporte rodoviário em relação a outros modais.
Veja o ranking top 10
- China – 20 a 30 milhões
- Estados Unidos – 12 a 14 milhões
- Índia – cerca de 4 milhões
- Brasil – 2,18 milhões
- Rússia – cerca de 1 milhão
- Japão – cerca de 800 mil
- Canadá – cerca de 730 mil
- Austrália – cerca de 715 mil
- Indonésia – cerca de 630 mil
- México – cerca de 615 mil