Contratos de seguros mais básicos geralmente não cobrem sinistro por desastres naturais, mas há apólices que contemplam como um pacote opcional.
As enchentes no Rio Grande do Sul, que ocorreram entre o final de abril e começo de maio de 2024, causaram grandes prejuízos materiais para moradores. Além das vidas perdidas e o abalo emocional, os gaúchos estão tendo que lidar com perda de casas, comércio e veículos.
Entre os cerca de 2,8 milhões de veículos da frota do Rio Grande do Sul, estima-se que por volta de 200 mil foram perdidos nos alagamentos, de acordo com a consultoria Bright Consulting. Em geral, são carros que foram totalmente cobertos pela água e que não têm mais conserto.
A maioria dos carros danificados são usados, mas há também veículos novos que estavam no pátio de concessionárias. Mais de 300 concessionárias espalhadas por todo o estado foram afetadas, principalmente as localizadas perto do aeroporto de Porto Alegre, além de garagens e locadoras de carros.
Falando nas locadoras, elas estimam prejuízo de mais de R$ 300 milhões em todo o Rio Grande do Sul. Segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), há no estado 985 locadoras com uma frota de 20 mil carros e comerciais leves. Destes, cerca de 3 mil foram perdidos só em Porto Alegre por não ter seguro.
Diante deste cenário, os proprietários dos veículos, sejam pessoa física ou jurídica, se perguntam se o seguro cobre danos por alagamento.
Seguro cobre danos por enchente?
Geralmente, seguros de automóveis não cobrem danos por enchente. No entanto, isso não é uma regra. Alguns seguros mais completos possuem cobertura para esse tipo de sinistro.
Os danos causados por alagamentos são classificados como “desastres naturais” ou “danos naturais” e abrangem, além de enchentes, tempestades, incêndios florestais e até terremotos. A cobertura para este tipo de situação é mais comum em países como Estados Unidos e Japão, que são mais propensos a furacões e terremotos, por exemplo. No Brasil não é comum.
Os carros das locadoras localizadas próxima ao Aeroporto Salgado Filho, por exemplo, não tinham seguro para enchentes. Por isso, tiveram que arcar com o prejuízo milionário.
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Como saber se meu seguro cobre enchente?
O proprietário do veículo pode consultar em sua apólice a cobertura por causas naturais, que pode incluir enchentes, alagamentos, quedas de árvores, chuva de granizo e incêndio, por exemplo. Esse tipo de sinistro pode constar com os seguintes nomes:
- Causas naturais;
- Desastres naturais;
- Seguros compreensivos.
As seguradoras oferecem essas coberturas como opcionais e custam mais caro, por isso, muitas vezes os proprietários optam pelo plano mais básico que não cobre dano por alagamento.
ATENÇÃO: há seguradoras que cobrem pequenos dados causados por enchentes, como vidros quebrados e estofamento sujo ou encharcado, mas não cobre danos mais severos, como água no motor.
O que são os seguros compreensivos?
O seguro compreensivo, também conhecido como seguro completo, é um tipo de cobertura de seguro de automóvel que oferece proteção ampla contra uma variedade de riscos que vão além de simples colisões.
Este tipo de seguro é especialmente importante porque cobre eventos que não são causados por acidentes de trânsito comuns, como as enchentes, oferecendo uma segurança adicional ao proprietário do veículo.
O seguro compreensivo cobre danos por desastres naturais, como alagamentos e inundações, com submersão parcial ou total do veículo, assim como avarias causadas por granizo, furacão, terremoto, ventos fortes e ressaca.
Como em toda modalidade de seguro, no compreensivo também há franquia. No entanto, o proprietário só paga em quando o dano ao veículo for parcial. Quando acontece a perda total do carro, o segurado não paga a franquia e apenas recebe a indenização.
A seguradora pode negar o pagamento da indenização?
Se o segurado possui proteção contra enchentes em sua apólice, basta acionar o seguro e pagar a franquia. No entanto, há casos em que a seguradora pode recusar o pagamento da indenização – são as cláusulas restritivas. Por exemplo:
Direção em áreas alagadas deliberadamente: dirigir em uma rua que está claramente sinalizada como interditada devido a enchente.
Dano por água salgada: se o sinistro foi à beira-mar, ou seja, em área propícia ao alagamento.
Falta de manutenção: se o sistema de vedação do veículo estava comprometido devido à falta de manutenção, permitindo a entrada de água.
Atraso na comunicação do sinistro: notificar a seguradora semanas ou meses após o ocorrido, sem justificativa razoável.
Danos preexistentes: se o veículo já tinha problemas elétricos ou mecânicos antes da enchente e esses problemas forem declarados como resultado da enchente.
Uso comercial não declarado: uso do veículo para transporte de mercadorias ou passageiros, como Uber, sem a devida cobertura comercial.
O que fazer se meu seguro não cobre sinistro por enchente?
Há casos em que o proprietário do veículo consegue provar na Justiça que o alagamento em via pública foi agravado por inadimplência da Prefeitura ou outro órgão público. Por exemplo, falta de limpeza de bueiros e de manutenção no sistema de bombas de drenagem d’água, como ocorreu em Porto Alegre. Nesses casos de omissão, a Justiça pode determinar a indenização por parte do poder público, não da seguradora.
Como me proteger de danos causados em meu veículo?
A melhor forma de se proteger contra danos causados em seu veículo é, com certeza, contratando uma boa apólice de seguros. Se sua cidade tem risco de alagamento, pergunte ao seu corretor sobre a cobertura para desastres naturais.
Uma outra forma de garantir ainda mais segurança para o seu veículo é contratando um serviço de assistência 24 horas. Solicite ao seu corretor o Delta Assistance, que possui assistência 24h, manutenção e conserto de vidros.
Se você é corretor, não deixe seus clientes desprotegidos! Ofereça já um seguro completo com cobertura contra enchentes e a assistência 24h da Delta Global. Garanta a segurança e a satisfação deles com um serviço de qualidade. Entre em contato e saiba mais!
