Tecnologia de rastreamento de bicicletas melhorara a eficiência operacional e possibilita um serviço mais seguro e confiável aos usuários.
Nos últimos anos, a mobilidade urbana tem passado por transformações significativas impulsionadas pelo avanço tecnológico. Uma das tendências mais marcantes nesse cenário é o crescimento da micromobilidade, que engloba soluções como bicicletas e patinetes – elétricas ou não. Essas alternativas de deslocamento ganharam espaço nas cidades, oferecendo opções mais ágeis, sustentáveis e econômicas para os desafios do trânsito urbano.
Com o apoio da tecnologia, a micromobilidade está se tornando ainda mais eficiente e acessível. O rastreamento de bicicletas por GPS, por exemplo, possibilita o monitoramento em tempo real da localização desse meio de transporte, contribuindo para a segurança e a gestão eficiente desses recursos.
Neste contexto, a integração entre tecnologia e micromobilidade promete revolucionar a forma como nos deslocamos nas cidades, tornando o transporte urbano mais sustentável, eficiente e inteligente.
O que significa micromobilidade?
O conceito de micromobilidade ganhou visibilidade em 2018, durante o Tech Festival Copenhagen, na Dinamarca. O analista de tecnologia Horace Dediu, definiu micromobilidade como os meios de transporte com menos de 500 kg e motorização elétrica. No entanto, no Brasil o conceito não é restrito aos meios de transporte elétricos.
Portanto, a micromobilidade abrange uma variedade de veículos micromodais, como bicicletas, bicicletas elétricas (e-bikes), patinetes elétricos (e-scooters) e outros modos de transporte individual, como skate e patins. Essas soluções são especialmente adequadas para trajetos curtos e médios, permitindo que as pessoas se desloquem de forma eficiente e flexível no ambiente urbano.
A micromobilidade visa oferecer opções mais ágeis, econômicas e sustentáveis para os deslocamentos urbanos, contribuindo para reduzir os congestionamentos e as emissões de poluentes nas cidades.
A Europa tem se destacado como referência em micromobilidade, impulsionando o desenvolvimento e a adoção dessas soluções em diversas cidades do continente. Países como Holanda, Dinamarca e Alemanha têm investido em infraestrutura e políticas públicas voltadas para a promoção da mobilidade urbana sustentável, tornando-se modelos inspiradores para outras regiões do mundo.
A importância da micromobilidade
A micromobilidade desempenha um papel crucial em grandes centros urbanos, pois oferece uma alternativa viável e sustentável para os deslocamentos diários. Ao utilizar veículos leves e ágeis, como bicicletas e patinetes elétricos e e-bikes, as pessoas podem se locomover de forma mais rápida e eficiente em áreas urbanas congestionadas, evitando o trânsito lento e os problemas de estacionamento.
Esses meios de transportes também contribuem para a redução das emissões de poluentes e do congestionamento de tráfego, promovendo um ambiente urbano mais limpo, saudável e agradável para os moradores.
Ao incentivar o uso de meios de transporte não motorizados ou de baixa emissão, as cidades podem melhorar a qualidade do ar, reduzir o ruído e mitigar os impactos ambientais causados pelo transporte individual movido a combustíveis fósseis.
Desafios
A micromobilidade enfrenta alguns desafios em grandes cidades brasileiras. Entre eles, destacam-se a falta de infraestrutura adequada, como ciclovias e faixas exclusivas para bicicletas, que podem dificultar a integração desses modos de transporte na malha viária existente.
Além disso, questões relacionadas à segurança dos usuários (acidentes, roubos e furtos), à regulamentação do uso dos veículos e à convivência com outros modos de transporte precisam ser abordadas para garantir uma experiência segura e harmoniosa para todos os usuários das vias públicas.
Um outro ponto é a topografia da região. Em áreas com terreno irregular, como colinas e ladeiras íngremes, pode ser mais difícil para os usuários de bicicletas, patinetes elétricos e outros veículos leves se locomoverem com facilidade e segurança.
Micromobilidade no Brasil
Entre os anos de 2015 e 2019, a micromobilidade esteve em alta no Brasil com a chegada de empresas de aluguel de bicicletas e patinetes elétricos em grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba e Goiânia.
Todavia, uma série de obstáculos fez essas empresas praticamente sumirem na pré-pandemia. Entre os obstáculos estavam o furto de bicicletas e patinetes, falta de ciclofaixas e ciclovias e até a ausência de autorização para funcionar (o que ocasionou em muitas multas).
No entanto, a demanda por meios de transportes mais baratos, sustentáveis e que permitem fugir do trânsito voltou com o fim da pandemia. Nesse cenário, empresas se adaptaram ao mercado e passaram a alugar micromodais não só para lazer, mas para trabalho.
O mercado de bicicletas elétricas cresceu bastante com o fim da pandemia (volta do trânsito). Em 2022, já eram quase 45 mil e-bikes no país, um crescimento de 9,64% em comparação com 2021. Hoje, estima-se cerca de 55 mil. O volume ainda é pouco se comparado a venda de carros e motos, mas mostra uma tendência de consumo.
Rastreamento de bicicletas
A tecnologia de rastreamento desempenha um papel crucial na segurança e no desenvolvimento da micromobilidade. Ela permite que os proprietários de micromodais, sejam empresas ou pessoas, acompanhem sua localização em tempo real, o que pode ajudar a prevenir roubos e furtos, bem como facilitar a recuperação em caso de incidentes.
Os dispositivos de rastreamento são geralmente instalados discretamente nos veículos, permitindo que sejam monitorados por meio de aplicativos ou plataformas online. Empresas como Volta e-bike e Grilo Mobilidade, por exemplo, investiram em tecnologia de rastreamento do Delta Global, empresa referência em gestão de frotas.
Isso proporciona aos usuários uma maior tranquilidade ao deixar seus veículos estacionados em locais públicos ou ao utilizá-los em áreas de alto índice de criminalidade.
Portanto, ao investir em tecnologia de rastreamento, as empresas de micromobilidade podem não apenas proteger seus ativos, mas também melhorar a eficiência operacional e oferecer um serviço mais seguro e confiável aos usuários.